sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Globalização x Educação em Massa


Primeiramente vamos definir o termo globalização...

Ela se encontra mais presente em nós do que podemos imaginar, o simples ato de escovar os dentes, por exemplo, possui características da globalização... Acordo, isso mesmo do verbo acordar, ligo minha televisão da mais alta tecnologia japonesa e ouço o noticiário: ‘tempestade econômica’, recessão continuada, baixas taxas de crescimento e elevação do desemprego. Nouriel Roubini, economista norte-americano, famoso por ‘prever’ crises já vaticinou: ‘a crise da zona do euro pode levar a uma desaceleração das principais economias ou até mesmo para uma estagnação completa’. Para Roubini, ‘a piora da economia mundial cria um cenário para uma perfeita tempestade em 2013’ [1] ... A notícia é tão chocante que o apresentador comenta ainda os possíveis reflexos dessa crise, dentre elas o agravamento da crise de dívida na Europa; o aumento de impostos e cortes de gastos nos Estados Unidos que podem empurrar a maior economia do mundo para uma recessão; uma desaceleração continuada da economia da China; crescimento menor das economias emergentes; e um confronto militar no Irã [2] Imagino o quanto uma crise comparada a uma onda pode se transformar em um verdadeiro Tsunami quando perdido o seu controle... Bom, continuando vou até o banheiro caminhando com meu chinelo feito na China e meu pijama made in Turquia, pego minha escova de dentes alemã e coloco um pouco de pasta brasileira, em seguida vislumbro minha cara sonolenta em um espelho mexicano, enxaguo a boca e enxugo-me no mais puro fio 80 indiano, toca o telefone... Minha prima que esta morando na Europa... Quer colocar a conversa em dia... Tão longe, mas tão perto... Desligo o telefone, volto para o banheiro e olho para o espelho mexicano novamente: Globalização, globalização é uma evolução capitalista, pode-se compará-la a uma teia que vai sendo criada em torno dos países, possibilitando um intercâmbio social, cultural, econômico e político.



Agora vamos definir o que é uma Educação em Massa...
Primeiramente, relevante dizer, que ela se deu elencada por três componentes, quais sejam o Estado Moderno, a Revolução Industrial e a Globalização. Esses componentes necessitam de alunos treinados e socializados, para uma melhor comunicação. A educação em massa reflete a necessidade de expansão e aquisição de novos saberes por um determinado povo.


De que forma eu acredito que a Globalização influenciou a Educação em Massa...
A globalização exige movimento de seu receptor, pois abarca uma infinidade de diversificações culturais, sociais, econômicas. Por exemplo, se quero ter amigos norte-americanos, a primeira coisa que devo fazer é aprender o inglês, que permitirá essa aproximação. A globalização influenciou diretamente a educação em massa, pois foi ela que, ampliando o acesso as informações e diminuindo as distâncias, conseguiu derrubar os “mitos” e transformá-los em conceitos e significações. O que quero dizer com isso é que podemos remontar nossos quadrados e a partir deles construir cubos!
Retomando os principais aspectos educacionais, devendo-se dos devidos cuidados desse novo momento educacional, abordados por Gadotti, temos: O educar para pensar globalmente; Educar os sentimentos; Ensinar a condição humana essencial; Formar para a consciência planetária; Formar para a compreensão e Educar para a simplicidade e para a quietude. Esses aspectos deixam claro que o professor e o aluno possuem as ferramentas para a construção da aprendizagem, bastando a eles a busca da globalização do “eu”, de novos conhecimentos em meio ao bombardeio de novidades da “era da informação”.

Conclusão...

Situação da Educação em Massa:

em constante manutenção;


Responsável pela manutenção:

Globalização!

 
[2] http://www.douradosnews.com.br/especiais/opiniao/existe-a-possibilidade-de-uma-crise-economica-mundial-em-2013-por-marcus-eduardo-de-oliveira - Acesso em: 27.09.2012.


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(Texto de autoria de Emanuelle Milek, 2012 - Todos os direitos reservados - proibida a cópia integral ou parcial).

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cultura...

Os trechos da carta-resposta a seguir são de um cacique indígena à sugestão, feita pelo Governo do Estado da Virgínia (EUA), de que uma tribo de índios enviasse alguns jovens para estudar nas escolas dos brancos. 

"(...) Nós estamos convencidos, portanto, de que os senhores desejam o nosso bem e agradecemos de todo o coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação não é a mesma que a nossa. (...) Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam caçar o veado, matar o inimigo ou construir uma cabana e falavam nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, inúteis. (...) Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão concordamos que os nobres senhores de Virgínia nos enviem alguns de seus jovens, que lhes ensinaremos tudo que sabemos e faremos deles homens." (BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1984)

            Podemos analisar essa carta sob quatro aspectos, o primeiro seria a intensa relação da linguagem e escrita do cacique, sendo ele esclarecedor de que esses tipos de educação não combinam com sua cultura; o segundo deixa claro que cada cultura “educa” de acordo com suas necessidades; já no terceiro nota-se a importância de se preservar uma identidade cultural e, por último uma reflexão: a sociedade evolui e juntamente com ela o povo, com isso pode-se pensar a respeito da cultura indígena e de alguns de seus costumes que já não fazem sentido de serem mantidos, como equiparação “grotesca”, mas muito clara, compare-se uma cultura ultrapassada com o aborto, se uma criança nascesse, no século XVI com síndrome de down ela seria morta, mas se a mesma criança nascesse no século XXI ela teria o direito a vida, isso, de certa forma, caracteriza a evolução de uma cultura e aquilo que nela agregamos ou deixamos de lado.

Trata-se de uma visão perigosa e até mesmo provocativa mas, acredito que educação sempre é bem-vinda, seja ela para a caça ou para a escrita, com isso, obtemos outro aspecto de análise, onde se cogita o sentido de manter determinadas atitudes, se o tempo evolui e com ele o homem, caso isso não ocorra teremos a sensação de estagnação, ou até mesmo de um “recuar cultural”. Não falo em descaracterizar uma identidade cultural, mas sim, em evoluir culturalmente – democratizando, por exemplo, o direito de um integrante da tribo poder escrever e ler a carta escrita somente pelo cacique. Atenho-me, como base de sustentação para esse argumento, à nossa Constituição Federal que no Decreto 6.861/09 – art. 3º nos apresenta como direito dos índios:


Será reconhecida às escolas indígenas a condição de escolas com normas próprias e diretrizes curriculares específicas, voltadas ao ensino intercultural e bilíngue ou multilíngue, gozando de prerrogativas especiais para organização das atividades escolares, respeitado o fluxo das atividades econômicas, sociais, culturais e religiosas e as especificidades de cada comunidade, independentemente do ano civil.


Todos os cidadãos possuem os mesmos direitos, com base nessa afirmação, vale ressaltar a concepção de educação por Marx onde ela é a responsável por combater a alienação e a desumanização de um povo, por que negar esse direito ao índio? Ou melhor, para alguns índios? Afinal, a priori, torna-se notório o etnocentrismo vinculado ao texto do cacique, marcando nitidamente os valores de suas crenças e inferiorizando as demais, quando denota em um de seus dizeres que somente em sua cultura formar-se-ão verdadeiros homens.

“Quanto mais miserável o povo, mais rico é o político!”
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(Texto de autoria de Emanuelle Milek, 2012 - Todos os direitos reservados - proibida a cópia integral ou parcial).

Processo da Leitura


Dentro do processo de decodificação e intelecção de símbolos para transformá-los em um elemento uno de compreensão (leitura), se encontram os diversos contextos. Pode-se afirmar que a leitura resulta de um processo de entendimento e compreensão de determinadas palavras em um determinado contexto. A ideia de contexto consiste na “bagagem” que esse leitor possui e, principalmente no modo de pensar desse leitor, pois podemos ter vivido as mesmas coisas, mas extraímos delas somente aquilo que nos interessa, com isso podemos dizer que a leitura acaba por refletir um pouco daquilo que somos e a forma como pensamos.

Em uma única sala de aula se encontram as mais diversas realidades, construídas nos mais diversos contextos, onde cada um contará com o suporte de seus conhecimentos, experiências, oportunidades... se um dos alunos, por exemplo, tem a mãe que trabalha como cozinheira, com certeza ele já se deparou com o gênero textual ‘receita’:
 
Ingredientes:

• 2 goiabas;

• 4 ovos;

• 1/2 xícara de chá de óleo;

• 2 xícaras de chá de açúcar;

• 2 xícaras de chá bem cheias de farinha de trigo;

• 2 colheres de sopa de fermento em pó.


Nesse simples texto, percebemos que se faz necessário um “pré-conhecimento” de significados simbólicos, como ½ - que significa meia, ou até mesmo o entendimento de que os ovos não deverão ser colocados com casca, mas sim que deverão ser utilizadas apenas a gema e a clara, as xícaras de chá não são chá de óleo, muito menos de chá de açúcar... Mas onde estão estas informações? Por que não estão especificadas as formas corretas de preparo dos ingredientes para transformá-los em bolo? Eis a resposta... Só faz o bolo quem possui o conhecimento da receita, ou seja, o texto só será lido, quando for compreendido o sentido das palavras.

A leitura compreende os mecanismos de interpretação e compreensão de um texto e acontece dentro dos seguintes processos: quando o leitor interage, concretizando os sentidos abordados no texto, quando o leitor coopera e dialoga com o texto, afinal é ele quem termina de construí-lo, porque um texto só é texto quando lido, com isso o próprio leitor pode imaginar e interpretar diferentes significados.

Por fim, a leitura acaba por significar o principal processo de um texto, bem como o principal processo de instrumentalização do leitor, no qual é possível dar sentido aos códigos que estão sendo transformados em palavras e significados no decorrer da leitura.
 
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domingo, 23 de setembro de 2012

A Alegria de Ensinar - Rubem Alves


“Ai daqueles que não morderam o sonho e de cuja loucura
nem mesmo a morte os redimirá”. (Paulo Leminski) 

A Alegria de Ensinar encontra-se no deleite da alma do educador ao fazê-la. Rubem Alves nos transporta à fundamentação principal da Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire, que divide a escola em dois patamares, o primeiro domina e o segundo é dominado.
Ao invés de se realizar uma educação que instigue e desperte o potencial adormecido dentro de cada aluno, nos é escancarado o processo de aprendizagem falho, fixado ao conhecimento de mundo (o mestre lhe entrega um mapa pronto), aquele que priva o aluno da descoberta do que lhe gera alegria e consequentemente a sabedoria.

Temos representada na obra uma educação sistematizada em função do favorecimento de interesses individuais, ou seja, ocorre uma limitação de sonhos, onde se pode pensar sim, mas da forma como o mundo do trabalho determina, e este, por sua vez, enxerga a educação como meio de obtenção e utilização de serviços, direcionando cada aluno novamente para o seu “casulo”.

O medo do aventurar-se limita a tradição sedimentar de que caminhos não explorados geram riscos. Os profissionais da educação não podem simplesmente repetir as mesmas receitas e seu mesmo modo de preparo, afinal, pode acontecer de um determinado ingrediente faltar ou seu modo de preparo ser esquecido, e então, o que deverá ser feito? Uma forma alternativa, essa é a resposta! E ela nos é proporcionada pela sabedoria, que suprirá a falha de uma receita! Função da educação: mostrar que as possibilidades e alternativas são inúmeras fora do “trilho” e que existem caminhos ainda não descobertos, os quais poderão ser explorados pelo agente pensante, sonhador e com o poder da palavra: o aluno.

Através de diversos contos subliminares, o autor dilacera a realidade presente diante de nossos olhos, realidade essa onde a sabedoria é descoberta através do esquecimento daquilo que julgamos um dia ter aprendido e a intolerância do mundo do trabalho, demonstrando sede pelo encontro de um profissional adequado para sua lacuna comercial...

Conclui-se então que o Da Vinci, as borboletas, a Mariana, as palavras, as bolinhas de gude, as ideias, os sonhos, o desconhecido, os voos, o pensar e finalmente o carrinho, foram todos enlatados e colocados na prateleira empoeirada do mundo do mercado, com os seguintes dizeres: “ATENÇÃO: produtos com qualidade de pensamento e imaginação, ou seja, imprestáveis para o serviço da sociedade!”. Certo de sua compreensão! Atenciosamente: Gorda Lagarta que não tem coragem de se desprender das seguras folhas onde rasteja.

Referências:
ALVES, R. A alegria de ensinar. 14. ed. São Paulo: Papirus Editora, 2000.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 50. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. 
 
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